quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Prosa com Richard Melchiades (Fictícia Lab)

  Dessa vez quem abre o bico e tem espaço no blog é Richard Melchiades, Designer Gráfico formado pela FAV/UFG (Faculdade de Artes Visuais da Universidade Federal de Goiás) e que também atua profissionalmente junto com os sócios Luiz Carlos (Diretor de Arte) e Welder Bastos (Web Designer) no "Fictícia Lab Estúdio". 

  A entrevista foi feita com referência a cidade de Goiânia, ao mercado de Design Gráfico e para os profissionais, estudantes e pra quem pretende seguir esta profissão.


1- Comente sobre a sua profissão, o estúdio em que trabalha e sobre o atual mercado de Design Gráfico na cidade de Goiânia.

Goiânia é um celeiro muito menor do que muitos imaginam.
Todos do ramo se conhecem. Se não, pode esperar que um dia irão trabalhar juntos ou participar de algum projeto em comum. Portanto, temos que nos policiar em não cometer gafes e sempre praticar a boa vizinhança com os colegas de profissão para não sair queimado.

Fazer o social é tão importante quanto desenvolver bons projetos. Não adianta o designer viver na toca e não mostrar o seu trabalho como também não adianta o cara ser piolho de eventos e não desenvolver projetos. Tem que haver produção aliada com a exposição dos projetos bem como a divulgação de seu criador.

Infelizmente o nosso mercado ainda não reconhece o nosso verdadeiro papel agregador de valores como um dos fatores principais na economia em relação ao retorno que o design proporciona.
Há quem considera investimento em design luxo ou desnecessário e quando pode, submete os valores a patamares vergonhosos, e há quem não valorize os profissionais daqui procurando designers em outras regiões do Brasil ou fora dele.

Minha meta é viver de design pelo tempo que conseguir me satisfazer com essa profissão.
Não sou prodígio ou virtuoso na área, mas se tenho conseguido chegar ate aqui talvez seja pq sou bom no que faço, pois se clientes me procuram é pq gostaram do que eu fiz por elas ou de projetos que desenvolvi para outros.

Há 2 anos mantenho um estúdio "virtual" (sem sede fixa) denominado Fictícia Lab. que granjeou uma certa visibilidade com a produção de um videoclipe em animação para uma banda regional.
A proposta inicial do estúdio é o de atender o mercado regional de animação publicitária, mas que não possui certo grau de influencia no meio por ainda não ter encontrado o ingrediente que falta para a conquista do sucesso.


2- Existem alguns pontos fortes para o crescimento de um estúdio? Quais são?

O estúdio agora esta passando por reformulações na sua forma de gerir os negócios para que ganhe mais representatividade. E um dos pontos que focaremos será na autenticidade. 

Muito do que aprendi com design é que os clientes o procuram porque querem algo diferente, para se sobressaírem em relação aos concorrentes e conquistar o cliente, fidelizá-lo.

Se o estúdio não consegue transmitir essa sensação de capacidade em inovar, será ignorado no ato da avaliação de portfólio, pois o cliente no final das contas quer ver resultados, de preferência positivos.



3- Como você vê a comunicação hoje? Qual a importância das novas tecnologias na sua profissão?

A comunicação esta muita mais dinâmica e mais inteligente que antes. Mas não posso afirmar que isso fez bem ou mal, se melhorou ou não nosso estilo de vida. No começo do século passado, se um navio afundava na costa do velho continente, o resto do mundo iria saber da noticia muito tempo depois, isso quando não ouvia a informação distorcida.

Hoje participamos de conversas curtas pela internet sobre os últimos acontecimentos do mundo ou acompanhamos pela TV em tempo real pessoas enclausuradas em uma fazenda. Sei que desencadeamos um processo de consumo descartável de informação. Simplesmente a consumimos por consumir. E a tecnologia contribuiu e muito para que isso acontecesse.

Não existe mais limitação, a tecnologia e a informação se democratizou de tal forma que como muito mais profissionais (ou não) tem acesso a ela e produzem conteúdos diversos, logo somos bombardeados por essa quantidade infinita de informação.

Só temos que ter um discernimento maior do que realmente é bom ou ruim para podermos tomar decisões que influenciarão nossas vidas de alguma forma. Pois até pra dizer isso devo ter sido influenciado por uma linha de raciocínio...


4- Quais são os projetos futuros do estúdio?

Desenvolver projetos autorais que caracterizem o estúdio e revele sua identidade, para somente assim conquistar os clientes que almejamos atender.



5- Qual o seu recado para os que pensam em seguir a carreira de Design Gráfico?

Quem sou eu pra orientar alguém a seguir essa carreira?
Mas falando pela minha experiência, apenas digo que ser um pouco autêntico no seu propósito e procurar defender seus ideais é um caminho a se seguir, que trará pouco ou nenhum arrependimento.



Espero que tenham gostado.


Um comentário:

A comunicação feita para quem entende.